domingo, setembro 30, 2007

;)



"Always one foot on the ground
And by protecting my heart truly
I got lost in the sounds
I hear in my mind
All these voices
I hear in my mind all these words
I hear in my mind all this music
And it breaks my heart"

sem mais...

cigarro

Bem, estas pessoas que fumam deveriam ser obrigadas a andar com um anti-cheiro de cigarro acoplado ao corpo. Nada pior do que o cheiro de cigarro impregnado em um fumante inveterado invadir as suas narinas, quando ele passa ao seu lado.
Nada pior do que ser obrigado a conviver com pessoas que fumam e ser obrigado a inalar o cheiro e a fumaça de cigarro quando a pessoa sai do ambiente fechado para matar sua vida aos poucos, mas mesmo assim aquela fumaça insuportável entra pelas frestas da janela.
Sim, como você pode perceber, eu odeio o cigarro.

quinta-feira, setembro 27, 2007

mais, mais

http://semamorsoaloucura.blogspot.com/
e descobri esse também, com mais Caio.

Caio Fernando Abreu



Faz menos de um ano que descobri o Caio. O primeiro livro que comprei foi "Pedras de Calcutá", de contos. Hoje estou lendo "Onde Andará Dulce Veiga?", que conta a história de um jornalista recém admitido na área de variedades de um jornal e a cantora Dulce Veiga, que desapareceu subtamente há 20 anos.
Hoje de tarde o Rafa me mandou esse vídeo, feito pela RBS, e eu adorei. Gosto da parte em que ele fala "Absolutamente, não me arrependo de nada. Eu fiz questão, na minha vida, de correr todos os riscos... Esse plano aqui, terrestre, é passagem, nada do que acontece aqui importa muito. Importa nascer, importa morrer, eu gosto de estar vivo, eu acho que isso é sinônimo de ser feliz."
Obrigada, Rafa, pelo presente que me fez gostar ainda mais de Caio.

quarta-feira, setembro 26, 2007

o que um congestionamento pode fazer

Toda quarta e sexta-feira me acontece uma cena parecida. Saio da aula de piano 18h30, horário em que a fila para sair da Ilha e entrar no Continente está bombando. Minha aula é na Agronômica e eu moro em Coqueiros, então não importa o caminho que escolher - Beira mar, Mauro Ramos, Bocaiúva -, todos estão sempre super abarrotados. Hoje em especial a fila estava pior ainda, porque está chovendo e é nos dias de chuva que aqueles motoristas com pouca prática resolvem tirar os carros da garagem.
E lá estava eu, no meio da confusão, tentando fugir da fila mais lenta e encontrar a mais ágil, quando pensei na minha vontade de ir embora. Foi estranho porque o meu momento de vida é feliz (exceto afetivamente). E todas as vezes que pensei em viajar alguma transição estava acontecendo, e geralmente as transições são um pouco problemáticas, tristes e inseguras para mim.
O primeiro pensamento foi: "Será que em Londres tem congestionamento? - Acho que não..." E a partir daí comecei a me imaginar fazendo uma série de movimentos para que a viagem saísse da intenção e se tornasse realidade, como guardar grana, falar com amigos que estão lá (em Londres), essas coisas.
Nessas minhas vontades de viajar e conhecer o mundo Londres sempre foi o lugar que pensei para ficar. Estranho, pois apesar de ser uma eterna apaixonada pela Itália, não foram poucas as vezes em que pensei em tentar me mudar, pelo menos por algum tempo, para Londres. Mas me pergunto também o que faria lá. Além de me tornar uma pessoa independente (claro, e essa é a questão principal).
Essa história da independência é um sentimento, um pensamento, uma vontade que sempre me vem. Já tenho 28 anos e ainda moro na casa dos meus pais. Olho e converso com pessoas da minha idade - ou menos, ou mais - e muitos deles já têm a sua casa, mesmo que alugada, e não dependem mais dos pais. Quando falo de mim, muitos dizem que é bom morar com os pais, que se pudessem ainda estariam morando.
Mas isso realmente me incomoda. Não que eu não ame meus pais, não é essa a relação. Mas sinto que o tempo passa e eu ainda estou aqui, protegida sob as asas deles. Essa é uma cobrança que tenho comigo há um bom tempo, mas acho tão difícil cortar esse laço.
Talvez Londres seja uma opção, talvez seja arriscada, longe demais, talvez dê certo. Talvez não precise ir para tão longe para não morar mais com meus pais - hum, música do Legião Urbana. Vou parar de escrever, estou confusa.

segunda-feira, setembro 24, 2007

A poltrona não está mais vazia

Foi quase um ano sem sentar naquele sofá amarelo, olhar para o rosto de G* e me ver ali refletida. Hoje voltei, voltei a sentar ansiosa, voltei a deixar as lágrimas caírem e rir no meio disso. Hoje vi que mudei. Algumas transformações sutis, outras bem mais visíveis. Mas, - sempre há um mas - existe uma barreira. Foi ela que me impediu de estar junto uma vez, pode ser ela que tenha me impedido de estar junto novamente. A questão agora é saber se estou satisfeita em ter descoberto o muro alto, altíssimo, ou se quero conhecer e desvendar essa muralha.

*De repente passei a me identificar ainda mais com Loreley... a diferença é que ela tinha um alguém. E eu, tenho só meio alguém, ou talvez nem isso.

**Mais um momento está marcado:

Questionário de Proust

Quando escrevi a matéria sobre o "Questionário de Proust", na semana passada, achei que ia demorar mais tempo para responder as perguntas. Tudo isso por conta da primeira delas "Qual é sua maior qualidade?", acho tão difícil encontrar as minhas qualidades... Mas hoje, recém-chegada de Curitiba, o Fabiano Melato (meu editor) me propôs o desafio. Aceitei. Eu publico aqui as respostas dele:
1. Qual é sua maior qualidade?
Perfeccionismo

2. E seu maior defeito?
Ansiedade

3. A característica mais importante em um homem?
Sua feminilidade

4. E em uma mulher?
Sua masculinidade

5. O que você mais aprecia nos seus amigos?
Lealdade

6. Sua atividade favorita é...
Navegar na web

7. Qual é sua idéia de felicidade?
Um fusca e um violão...

8. E o que seria a maior das tragédias?
Perder totalmente a razão

9. Quem você gostaria de ser, se não fosse você mesmo?
Um músico. Sou totalmente arrítmico!

10. E onde gostaria de viver?
Em uma cidade com trânsito civilizado.

11. Qual sua cor favorita?
Azul

12. Uma flor?
Margarida, a flor hippie
13. Um pássaro?
Sabiá

14. Seus autores preferidos?
Ítalo Calvino rules!

15. E os poetas de que mais gosta?
Konstantinos Kavafis, Charles Baudelaire

16. Quem são seus heróis de ficção?
Não tenho heróis...

17. E as heroínas?
Idem...

18. Seu compositor favorito é...
Villa-lobos, Bach, Tom Zé e Morrissey

19. E os pintores que você mais curte?
Picasso

20. Quem são suas heroínas na vida real?
A mãe. Freud explica?

21. E quem são seus heróis?
Ainda espero descobrir um...

22. Qual é sua palavra favorita?
Bêbado

23. O que você mais detesta?
Falsidade em qualquer grau

24. Quais são os personagens históricos que você mais despreza?
Tiranos em geral

25. Quais dons da Natureza que você gostaria de possuir?
Controlar o tempo

26. Como você gostaria de morrer?
Rápido

27. Qual seu atual estado de espírito?
Ansioso...

28. Que defeito é mais fácil perdoar?
Insegurança

29.Qual é o lema da sua vida?
Be happy!

Para ler as minhas respostas visite o blog do Fabiano, SpaceMelato!




sábado, setembro 22, 2007

Findi em Curitiba

Colocando em prática o que aprendi com a Rosana Hermann (*por causa da entrevista que o Fabiano me mandou), que o blog deve ser como uma padoca, que tem pães fresquinhos, e estar sempre com postagens novas, estou atualizando - e prometo, farei com mais freqüência.
Estou em Curitiba, na casa da Aninha (Unidade Cabral). Vim junto com o Rafa para tatuar e estou aproveitando para fazer uns programas bem legais. Hoje fomos à feira de antiguidades e depois ao museu Oscar Niemeyer, também conhecido como "museu do Olho". Difícil entender por que não é?


Lá, além da exposição permanente, está rolando uma mostra linda de fotografias chamada "Índia - quantos Olhos tem uma Alma". São 60 imagens em PxB feitas pelo fotógrafo Marcelo Buainain, quando viajou à India em 1999. As fotos mostram o Kumbha Mela, um festival religioso que acontece na Índia a cada 12 anos, e temas como trabalho, crianças, retrato e crematório. Não tirei nenhuma foto da exposição porque achei que não podia, e fiquei tão impressionada que abstraí na hora de reproduzir. Vou colocar uma foto que roubei do site (hihihi), que é usada na chamada da exposição.
É bem barato para entrar no museu (apenas R$ 4,00) e estudante paga meia-entrada. Assim que você chega tem uma sala com maquetes e fotos de algumas das principais obras do Niemeyer. Em seguida, uma sala de projeção com um filme sobre ele e suas obras, um uma sala de interatividade, para os visitantes do museu interagirem de diversas formar com a arte. Um exemplo são os quebra-cabeças com obras famosas, como a Monalisa (que a Aninha montou). Eu tentei montar também, mas não consegui terminar...


Depois dessa sala interativa tem um corredor, que é o acesso para as exposições em cartaz. Esse era um dos lugares mais legais, e inevitavelmente um monte de gente parava para tirar mil fotos. Olha que lindo:


Depois do corredor vem a exposição da Índia, e aí, efetivamente dentro do olho, o "Museu da Solidariedade Salvador Allende". Tem obras lindas. Uma das que mais gostei foi uma chamada "A Tentação", do pintor uruguaio Pedro Figari (1861-1938). A obra, que não tem data, de óleo sobre cartão com tamanho de 40 x 49 cm:


Como o museu fecha às 18 horas, não conseguimos ver as exposições da parte de trás. Fechamos a noite no Super Dog. Nunca foi tão bom comer um cachorro-quente com muita maionese! Agora descancarei, porque ainda vamos para a balada e amanhã vou fazer minha tatuagem linda! (Estou feliz!) Para me despedir, a última foto bonitinha:





sexta-feira, setembro 14, 2007

Mergulho no Palco


Sempre me é difícil começar a escrever. O ponto de partida para um bom lead, ou até mesmo para as minhas postagens aqui, quando vou tratar daqueles temas que mais me emocionam, geralmente são suados e esforçados. Dessa vez não foi diferente quando pensei em escrever sobre a minha ida ao teatro, ontem. Aí coloquei uma melodia agradável (trilha sonora da Amelie Poulain) e pronto. Que bom contar com a música como fonte de inspiração.
A peça chama-se "Women's White Shirts". É um monólogo, com base no texto do dramaturgo argentino Daniel Veronese, com direção de André Carreira. Mesmo sendo um monólogo, são duas atrizes no palco: Lara Mattos e Luana Raiter. Luana é Adair, faxineira solitária, que trabalha na limpeza de um necrotério. Lara é uma mulher morta, que deitada nua na mesa aguarda a necropsia. Adair vê na morta a amiga que nunca teve e desabafa as suas tristezas.
A apresentação faz parte de um projeto chamado "Mergulho no Palco", que prevê o auxílio financeiro para grupos daqui, e tem a intenção de aproximar a platéia dos atores. Por isso, a peça é encenada no palco (claro), e os espectadores também ficam no tablado, bem perto de quem está encenando. Acho muito legal poder ver os atores (e bailarinos) assim de perto. Me parecem mais humanos, mais próximos, mas nem por isso perdem o encanto.
Por causa do projeto, a entrada até o palco é feita por trás do teatro. O caminho da porta de entrada até a coxia, passando pelos camarins, é mágico. Faz a gente sentir ter um pouco de arte também. Eu, em especial, me lembro de quando era bailarina. Dos momentos antes do palco, da maquiagem, do figurino, o frio na barriga, o medo de esquecer a movimentação. Do cheiro do teatro, do perfume que a dança tem...
Quando entramos no palco (Rafa estava comigo), a iluminação estava em meia luz. Em pé, de costas para o lado em que o público entrava, estava Adair. O cheiro de éter. Na mesa, um lençol cobria a morta. Depois de alguns instantes, a faxineira começou a caminhar pela sala e sentou-se em uma cadeira. Tudo no cenário era branco, muito limpo e asséptico. Começou a remexer sua sacola, inquieta, e tirou um cigarro. Acendeu. Fumou devagar.
Procurou depois, na mesma sacola, daquelas de levar as frutas da feira, um radinho. Sintoniozou em uma rádio evangélica. A solidão era tanta que Adair tentava conversar com o rádio, ligado. Engraçado como as pessoas reagem de formas diferentes. Um senhor que estava próximo ria com a cena, achando por certo muita graça. Mas a mim, trouxe uma agonia. Até que Adair se revoltou, o radinho de pilha não lhe dava ouvidos. Com raiva e muita força jogou o rádio no chão, que caiu, espatifado.
A partir daí ela começa a limpar, e a falar sobre a sua vida. O vizinho, que de tempos em tempos deixava caixas de roupas, muito novas ainda, na porta de sua casa. Falou de sua irmã, por quem demonstrava ter muito amor, e do marido da irmã, que toda a quarta-feira saía do trabalho e a visitava, com a desculpa de tomar "um mate". Até que Adair tira o lençol que cobre a morta, e fica estática. Primeiro contato com a morte, de perto. Com a vassoura, começa a mexer, assim de longe e receosa, no corpo. Mas ela logo perde o medo, e projeta naquela pessoa ali, sem vida, alguém para escutar seus tormentos.
A faxineira manipula a morta, abraça, belisca, morde, joga no chão, de acordo com a intensidade da sua história, da sua raiva ou amor. Ou compaixão.
Nas palavras de Adair, senhor Carve (o vizinho) percebe o quanto ela está incomodada com as visitas do cunhado, e promete matar, com um tiro "meto-lhe na nuca", na próxima vez que ele ousar um encontro. E sempre, sempre ela lembra com carinho da irmã, de quem era muito próxima. Mas inevitável, a morte vem para o cunhado que entra na casa com uma chave improvisada em clips de metal.
E senhor Carve deixa a arma nas mãos de Adair. Segue alguns questionamentos, e outros vizinhos começam a duvidar da verdadeira existência de Carve. Agora ela olha com carinho para a morta, já sentada em uma cadeira. Arruma o cabelo, como o da irmã, maquiagem para ficar "com uma corzinha", sombra nos olhos, batom. "Está com frio? Vou lhe cobrir, como mamãe fazia quando éramos pequenas".
Luzes se apagam. Ffim, da peça. Recomeço, da triste solidão de Adair.

segunda-feira, setembro 10, 2007

the raconteurs


que bom descobrir esses rapazes do raconteurs. tá, eu sei que a bandinha nasceu em 2005 (e sei apenas isso), mas só hoje resolvi abrir a pastinha ali e ouvir. aprovei. mesmo com essas carinhas bizarras.

já passou

"- Viver - essa difícil alegria. Viver é jogo, é risco. Qem joga pode ganhar ou perder. O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos alguma coisa de extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar. Se sei perder, sei ganhar. Se não sei perder, não ganho nada, e terei sempre as mãos vazias. Quem não sabe perder, acumula ferrugem nos olhos e se torna cego - cego de rancor. Quando a gente chega a aceitar, com verdadeira e profunda humildade, as regras do jogo existencial, viver se torna mais do que bom - se torna fascinante. Viver bem é consumir-se, é queimar os carvões do tempo que nos constitui. Somos feitos de tempo, e isso significa: somos passagem, movimento sem trégua, finitude. A quota de eternidade que nos cabe está encravada no tempo. É preciso garimpá-la, com incessante coragem, para que o gosto do seu ouro possa fulgir em nosso lábio. Se assim acontece, somos alegres e bons, e a nossa vida tem sentido." Hélio Pelegrino
Incrível como essas palavras do Hélio Pelegrino me caíram como uma luva hoje. Encontrei as palavras dele no livro "De Corpo Inteiro", que é uma reunião das boas entrevistas que a Clarice Lispector fez em vida. Sempre com belos questionamentos sobre a vida, o amor, escrever, essa foi a resposta que obteve quando perguntou ao psicanalista "Hélio, é bom viver, não é? É, pelo menos, a impressão que você me dá.".
E eu estou aqui aprendendo a viver, tenho meus erros e acertos. Já errei muito, e sei bem quando e porque troquei os pés pelas mãos. Já foi difícil ver que eu estava errada e por isso perdi de viver um momento que poderia ser inigualável, com alguém especial. É ainda pior olhar naqueles olhos e dizer tudo. E os dois sentirem, só que agora não há como voltar no tempo. É tarde demais.

domingo, setembro 09, 2007

what the hell am I doing here?

"i wish i was special..."
mais uma vez essa melodia retorna, mas agora mais crua.
as verdades quando ditas olho no olho são mais verdadeiras.
e podem doer mais, mas enfim, são sinceras.

segunda-feira, setembro 03, 2007

no dia em que falávamos sobre os cheiros da caixa de lápis de cera na nossa infância, eles reapareceram em nossas vidas...